COMPANHIA DE CAÇADORES 3566 - GUINÉ - 1972/74

Blogue que tem como objectivo contar as pequenas estórias vividas por cada um dos METRALHAS e que acabam por fazer a história de OS METRALHAS DE EMPADA (e Catió)

HISTÓRIA DA CCAÇ 3566 - 1º. - FORMAÇÃO

quarta-feira, 11 de abril de 2012

HISTÓRIA DA CCAÇ. 3566 - Post 4 - Terreno


Cremos ser esta a altura, após cinco semanas de permanência em Empada, em que melhor poderemos dar uma ideia da situação geral no que respeita ao terreno, ao IN, à população civil e às NT.
TERRENO
A Zona de Acção apresenta sensivelmente a configuração de um pentágono irregular, limitado a Norte pelo Rio Grande de Buba, a Sul pelo Rio Tombali e penínsulas de Caúr de Baixo e Pobreza, a Este pelo Rio Jassenca e a Oeste pelo Rio Tarna. A distância entre Empada, situada mais ou menos a meio desse pentágono, e o limite mais afastado da ZA é de cerca de 16 Kms. É nítida a predominância de bolanhas, zonas de aspecto pantanoso destinadas ao cultivo de arroz, e de rios na área circunvizinha de Empada e, portanto, penosos os itinerários que a atravessam. É visível ainda o traçado de uma antiga estrada que ligava Empada a Buba bem como a Catió e a Darsalame, estrada que, presentemente, se encontra inutilizada no que respeita à circulação de viaturas. Existem apenas na ZA duas estradas transitáveis: uma que liga Empada a Ualada (bolanha da Ponderosa) e a outra que liga ao cais; têm ambas aproximadamente a extensão de 4 kms. Estas são estradas importantíssimas já que através da primeira é efectuada o transporte de arroz, alimento base da população nativa, é através da segunda que são transportados os reabastecimentos destinados a esta Unidade. Não existem quaisquer aglomerados populacionais dentro da ZA, uma vez que após o início da guerra toda a população da área que não se refugiou no seio do IN, se deslocou para Empada, procurando abrigo e protecção junto às NT. Os principais recursos locais, dada a natureza do terreno, são a agricultura, a caça e a pesca. As produções mais importantes, além do arroz, ainda que em quantidades insuficientes, são a mandioca, o amendoim e o milho. Existem poucas árvores de fruto, podendo-se no entanto assinalar a existência de bananeiras, laranjeiras, cajueiros e coleiras. A cola, possuidora de propriedades toxicómanas, ainda que em fraco grau, é consumida em abundância pela população nativa. Não há muitas variedades de espécies piscícolas nos rios desta área; proliferam no entanto em considerável quantidade no Rio grande de Buba e seus afluentes, a bicuda, e em menor abundância a raia, a tainha e o tubarão. A caça é abundante na época das secas, ainda que não abunde em grande variedade. Consta de gazelas, porcos e cabras de mato, sin-sin e búfalos.

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